É aquele esgar, como uma espécie de sorriso. O olhar, como se omnipresente, que não larga o seu interlocutor. É a voz, pausada e de clara rouquidão, que adivinha os mais obscuros medos e traumas do seu alvo. Assim, em três aparentemente simples passos, se constrói uma das personagens mais temíveis quanto carismáticas da história do Cinema.
Depois, o contraste entre a vulnerabilidade e a determinação, entre a manipulação e a inocência, no corpo da jovem agente que exorciza os seus demónios, passado e presente, na perseguição de um sádico assassino, num perigoso e perverso jogo de quid pro quo.
Intercalando as peças do jogo, uma sóbria e tensa banda-sonora e um ambiente sombrio e demente que copiosamente nos acompanham. Sem piedade, o brilho da cor branca tortura-nos; o vermelho sangue exala horror e consumação.
Well, Clarice - have the lambs stopped screaming?
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