(A seguinte crítica contém spoilers...)
Banalidade a bordo...
Que desencanto, que desilusão! Com uma premissa surpreendentemente acutilante e controversa, o filme é destruído pela sua própria preguiça em desenvolver a narrativa para além de uma básica e pálida história de amor! Depois, não se decide quanto ao que quer ser: romance, acção/catástrofe ou drama?! É que não consegue ser nenhum de forma convincente!
O grande trunfo do filme fica a pairar, sem concretização, apenas um breve comentário: "These are not questions for a robot, Jim!".
Fica assim apresentado o confronto ético que poderia distinguir o filme: a ânsia de companhia, de uma ligação, de contacto humano que quase enlouquece Jim, leva-o, num acto maior de egoísmo, a despertar a "sua" Bela Adormecida e esperar pelo conto de fadas! Que acontece, ainda que efémero, despedaçado por uma inconfidência andróide!
E aqui o filme espalha-se ainda mais ao comprido! Desperdiça completamente o potencial da sua narrativa, ao desvalorizar o conflito moral e ético da decisão de Jim pela companhia de salvamento da nave que, numa penada sem sentido, termina igualmente na reconciliação dos amantes!
E bem, voltamos a ter conto de fadas! O problema é que até o mais simples conto de fadas possui, em menor ou maior escala, uma lição de moral a retirar..."Passengers", por sua vez, navega apenas num vazio banal, preguiçoso e até perverso, simplesmente insignificante e deplorável!
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