You is kind
You is smart
YouViola Davis is important
Tenho a certeza que não era apenas à pequena Mae Mobley que Aibilee recordava estas palavras. Era também a si própria. Uma vida inteira como serviçal, ou "help", termo que designava as criadas negras que trabalhavam como domésticas, mas principalmente como amas das famílias brancas sulistas.
Parece-nos incrível tal desumanidade. E pensamos...bem, foi há 50 anos. Mas rapidamente nos apercebemos que não foi assim há tanto tempo. Surpreendentemente, numa época de tão turbulenta mudança, os direitos civis eram algo que ainda precisava de ser conquistado. Se Martin Luther King discursava, com fervorosa paixão, se o Norte já começava a ser mais tolerante, por outro lado o profundo Sul dos EUA nem sequer considerava a questão, escondendo-se atrás dos mantos e máscaras do Klu Klux Klan para violentar a comunidade negra. Ou atrás de um racismo tão institucionalizado que era motivo de natural conversa na reunião semanal de bridge das senhoras sulistas, sob o mote da saúde e higiene.
São essas provocações, insultos e humilhações que o filme retrata de forma consistente e séria, sem puxar ao melodrama ou à lágrima fácil, e pontuado ainda por eficazes momentos de humor. Tudo a um ritmo tão fluido que nem sentimos o tempo a passar!
Se é inicialmente a personagem de Emma Stone, irreverente, jovem e idealista, que, pela sua ambição e inconformismo, pretende alertar para estas injustiças, é sem dúvida a coragem e força de Aibilee e Minny que catalisam a subtil mudança e a concretização do livro. Esplendorosas interpretações de Viola Davis e Octavia Spencer. Engrçado é pensar que a própria Skeeter também se queria impor e ser alguém, numa época e, em último caso, local em que as mulheres se deviam resignar a ser esposas e mães. Emma Stone porta-se lindamente e confirma-se como um grande talento da nova geração.
No extremo oposto a estes ideais, encontra-se a personagem de Bryce Dallas Howard, interpretando tão convincentemente esse ódio, mesquinhez e ignorância que é verdadeiramente fácil desprezá-la. Por último, Celia Foote, tão doce e sincera quanto desequilibrada, maravilhosamente moderna e tolerante. Magnífica Jessica Chastain. Destaque ainda para Sissy Spacek, a pequena dose de loucura e bom humor!
Concluo com uma afirmação bastante simples: adorei o filme! Com um leque de excelentes interpretações, "The Help" surge como uma das mais contagiantes e inspiradoras histórias do ano!
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