The world is full of evil
but if we hold on to each other, it goes away.
E se o mal surgir da mágoa de uma criança? Mas “As crianças nunca mentem!”, ouve-se uma e uma e outra vez. Mais até do que “Não o fiz. Não sou culpado.” E se esta nuvem de ambiguidade ensombrasse todo o filme, eu não o iria recordar somente pela sua bucólica e singular cinematografia. Pena é que nem por momentos me tolde o juízo. Klara está a mentir. Sei que Lucas é inocente. E agora? Torna-se evidente que Thomas Vinterberg idealizou uma abordagem diferente. A caça. O homem íntegro e bom que toda a gente conhece torna-se a presa. Dúvidas, malícia e boatos cercam-no e atacam. A sua comunidade é agora o seu mais feroz predador. Talvez. Não sei bem. Não o cheguei a sentir. O sangue e lágrimas de Lucas acabam por não ser suficientes. Apesar da belíssima cena na igreja, em que um intenso e devastado Mads Mikkelsen quase me fez esquecer o terrível simplismo que contaminou uma tão promissora premissa. E, de súbito, o insípido e incongruente final confirma os meus receios: fui irremediavelmente defraudada.
Compreendo a frustração por se saber dessa evidência clara que não dá margem para dúvidas, ainda assim parece-me um filme algo complexo e que deixa que pensar.
ResponderEliminarComplexo sim...a minha frustação advém de não achar que tenha concretizado de forma eficaz o que se propôs. Isto é, a ideia não era criar um ambiente de ambiguidade, tudo bem..mas sim um em que Lucas perdesse tudo o que tinha, em que fosse afastado e maltratado e se tornasse como um pária..ora eu não senti isso verdadeiramente,achei que a situação foi apressada e as coisas resolvidas de forma algo ligeira..e o final confirmou-me isso..daí a minha desilusão, exactamente por achar que o filme levanta questões importantes que não explorou devidamente...mas bem é a minha opinião ;-)
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