Existem palavras a mais, conversas demasiado longas, divagações (quase) filosóficas. Na sua maioria, dignas de nota até. O problema é que um filme não sobrevive só disso. Principalmente se o argumento for pouco claro, sem destino. Principalmente se não formos capazes de nos preocupar com as suas personagens. Por vezes, elas parecem apenas desfilar, magnificamente vestidas e em excelentes carros. E contudo, há intenção de construir mistério, tensão, dúvida, desconforto. Repare-se em alguns diálogos entre Fassbender/Pitt e Fassbender/Bardem ou a cena final do (apesar de tudo, consistente) Fassbender. O filme parece procurar densidade, magnitude. Mas esbarra em algum non-sense e, acima de tudo, na ilusão de que tudo o que funcionaria num livro, funciona igualmente no grande ecrã. Cormac McCarthy, responsável pelo argumento, oferece-nos belos momentos de tensão e violência…mas as partes não fazem o todo, Riddley Scott não lhe dá a volta…e o filme quebra-se nessa inconsistência.
“There is no rule of exchange here, you see. Grief transcends every value. A man would give whole nations to lift it from his heart. And yet with it you can buy nothing.”
Tal como tu o dizes, e muito bem, o Riddley Scott não lhe conseguiu dar a volta. É um dos realizadores que faço questão de seguir e penso que foi o primeiro filme dele que me desiludiu...
ResponderEliminarApesar disso, mais uma belíssima crítica apontada!
Continuação!! ;P
Obrigado Paulo :)
EliminarÉ pena, sim...então e o Prometheus?
Esse desiludiu, também, mas pouco porque já sabia no que me ia meter e «, de certo modo até me surpreendeu em certas partes da história...
ResponderEliminarmas este filme concretamente, pecou bem mais que esse, penso, mesmo sendo um dos meus realizadores favoritos...
mas que mais posso dizer, quem tem fassbender tem tudo, certo?
O Prometheus tendo em conta o Alien desiludiu muito...mas lá está,quem tem Fassbender pode pelo menos esquecer parte das falhas e apreciar,como dizer,a performance ;-)
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