O conceito afigurava-se interessante: um vírus mutante como o motor de uma epidemia de zombies, metáfora dos actuais fenómenos de raiva e violência.
E inicialmente é eficaz: sente-se um temeroso ambiente pós-apocalíptico, de desconfiança e incerteza. A imagem é grosseira e tremida. Luta-se pela sobrevivência ou por manter uma réstia de humanidade? Poderá uma existir sem a outra? É essa viagem que Jim e os seus improvisados companheiros terão que fazer, após esses perigosos e enigmáticos 28 dias.
Cillian Murphy e Brendan Gleeson estão espantosos e, ao contrário da fotografia e montagem, a música parece ser o único elemento que transmite paz e esperança ao cenário desolador que nos é mostrado.
Infelizmente, a partir do momento em que se inserem os militares, o filme perde tanto orientação quanto força, na minha opinião. Poderá argumentar-se que o comportamento destes questiona novamente o dilema sobrevivência versus humanidade. Contudo, o meu problema é que o filme parece perder-se nos dois temas, desvalorizando a questão dos zombies e não se concretizando de forma satisfatória.
"28 Days Later" consegue ser assustador ao mesmo tempo que promove algumas reflexões. Tem uma excelente banda-sonora e possui alguns planos magníficos, como o de Londres deserta. Mas, para mim, não funcionou completamente, não foi capaz de assegurar a sua premissa, por isso foi com alguma desilusão que vi surgir os créditos finais.
Dos melhores filmes de terror da década, sem dúvida alguma. Cillian Murphy está, de facto, qualquer coisa de extraordinário neste filme! Excelente análise ;)
ResponderEliminarSarah
http://depoisdocinema.blogspot.com
Obrigado Sarah ;)
ResponderEliminarTambém gostei muito da interpretação do Cillian Murphy!