O sol poente iluminava-lhe o rosto e ela lembrou-se. Um outro rosto. O dele.
Recordou os (aparentemente) longínquos tempos em que se apaixonou. Tudo lhe parecia belo, novo e emocionante! Era a sua razão de ser e não queria nunca que esse sentimento se esfumasse.
E entretanto a noite chegou. Manteve-o no seu pensamento, mas finalmente aceitou o que o seu coração recusava ultrapassar. O nada que sempre se afirmou, quando ela queria tudo. Nunca existiu um relacionamento ou, se tal fosse possível, seguia apenas numa direcção. Porque ela gravitava à sua volta mas ele não a via. Ela queria partilhar as suas vivências, os seus pensamentos, o seu amor, mas ele nem o prazer da sua voz, do seu olhar ou da sua amizade lhe concedia. Apenas ocasionalmente e nunca verdadeiramente. E as relações são vias de dois sentidos.
Pensou que o conhecia. Não o conseguiu. Quis acreditar nisso, agarrar-se a esse pensamento tão reconfortante e sedutor. Pior! Idealizou-o. Viu-o sob um filtro: eliminou os seus defeitos, e, além disso, exacerbou-lhe as qualidades e virtudes.
Ele já não lhe é nada. Jamais mereceu o seu amor ou sequer a sua amizade. De facto, nunca a mereceu. Agora, é apenas uma baça e ténue imagem do quadro glorioso que ela um dia pintou.
Gostei do texto, mas não gosto de finais infelizes xD Por curiosidade, a imagem é de que filme?
ResponderEliminarNão o consideraria propriamente um final infeliz...
ResponderEliminarA imagem é do filme "Closer".
Uma sugestão: posta os pensamentos da Anantomia de Grey :)
ResponderEliminar(Se gostas da série, claro !)
Anónimo, quem és tu? :p
ResponderEliminarSusana, penso que não nos conhecemos :P
ResponderEliminarBem vinda ao blog, Susana!
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