25 fevereiro 2011

Hereafter





À saída da sessão, quem me acompanhava comentou que o Clint Eastwood estava cada vez mais melancólico…Não em tom de crítica, mais que um elogio, uma constatação.


Desde “Unforgiven”, passando por “Million Dollar Baby”, até a “Gran Torino” que Eastwood partilha com o público, de modo sóbrio e peculiar, uma certa visão sobre a velhice e a morte. E não fosse o seu sublime jeito de contar uma história (aliado, neste caso, ao extraordinário argumento de Peter Morgan), Hereafter poderia não ser mais que um banal ou até histérico filme sobre a vida após a morte. E não o é, nunca. A vida após a morte, sim, mas para os que ficam, o que significa, o quanto lhes custa, como vivem e se relacionam a partir desse momento.

Três pessoas, três histórias, três diferentes visões, conjugadas de forma tão simples quanto magnífica, entre Paris, Londres e São Francisco; três vidas unidas pelas teias do acaso, da tragédia, do horror e do destino. Três desempenhos competentes, onde, para além da graciosidade de Cécile de France, terei que destacar a emotiva interpretação dos gémeos Frankie e George McLaren, no segmento que, pessoalmente, mais me comoveu. Apenas o final do filme me deixou ligeiramente hesitante, contudo, nada que perturbe seriamente a sua qualidade.




No fim, saímos convictos que ainda existe espaço no Cinema para o factor humano, para histórias discretas e reflectivas, longe de banalidades e de populismo. E que reconfortante sentimento!


3 comentários:

  1. Deves ser a primeira pessoa que fala mesmo bem do filme...
    Tenho de ver.

    Abraço
    Frank and Hall's Stuff

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  2. Não cheguei a ver, esperarei pelo DVD mas as expectativas não são muito altas.

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  3. Bruno e Diogo,

    não o coloco entre os melhores de Eastwood mas gostei muito de o ver. A forma como aborda o tema da vida após a morte é, para além de diferente, séria e surpreendente. Não faz moralismos nem histerismos...não quero estar a revelar...se entretanto virem o filme irão entender...Tem algumas falhas (por exemplo, no desenvolvimento da história da personagem de Matt Damon ou o final que foi o que deixou um pouco hesitante) mas como disse, nada que na minha opinião perturbe a sua qualidade...

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