28 fevereiro 2011

A noite do Rei




The King´s Speech


Colin Firth


"The King's Speech" ganhou ainda Melhor Realizador (Tom Hooper) e Melhor Argumento Original (David Seidler).




Natalie Portman


Melissa Leo


Christian Bale



You've just got INCEPTED!


Inception dominou praticamente nas categorias técnicas,
com quatro vitórias!


Os restantes vencedores, aqui



Não assisti à cerimónia (estágio a que obrigas...) portanto os comentários ficarão para daqui a uns dias...Quanto aos vencedores, não houve grandes surpresas, pelo menos segundo o que fui ouvindo...

I'M THE SWAN QUEEN!





Saturday Night Live: 31 - 13



E agora a sério...

após tal colossal interpretação, tão doce quanto malévola,
alguém duvidava que o Óscar lhe pertencia?





Aqui, nos Independent Spirit Awards, a arrebatar novamente...

e desta vez acompanhada por Darren Aronofsky! :D

Bravo!!!




27 fevereiro 2011





Mattie Ross: You must pay for everything in this world,
one way and another.
There is nothing free except the grace of God.

25 fevereiro 2011

Hereafter





À saída da sessão, quem me acompanhava comentou que o Clint Eastwood estava cada vez mais melancólico…Não em tom de crítica, mais que um elogio, uma constatação.


Desde “Unforgiven”, passando por “Million Dollar Baby”, até a “Gran Torino” que Eastwood partilha com o público, de modo sóbrio e peculiar, uma certa visão sobre a velhice e a morte. E não fosse o seu sublime jeito de contar uma história (aliado, neste caso, ao extraordinário argumento de Peter Morgan), Hereafter poderia não ser mais que um banal ou até histérico filme sobre a vida após a morte. E não o é, nunca. A vida após a morte, sim, mas para os que ficam, o que significa, o quanto lhes custa, como vivem e se relacionam a partir desse momento.

Três pessoas, três histórias, três diferentes visões, conjugadas de forma tão simples quanto magnífica, entre Paris, Londres e São Francisco; três vidas unidas pelas teias do acaso, da tragédia, do horror e do destino. Três desempenhos competentes, onde, para além da graciosidade de Cécile de France, terei que destacar a emotiva interpretação dos gémeos Frankie e George McLaren, no segmento que, pessoalmente, mais me comoveu. Apenas o final do filme me deixou ligeiramente hesitante, contudo, nada que perturbe seriamente a sua qualidade.




No fim, saímos convictos que ainda existe espaço no Cinema para o factor humano, para histórias discretas e reflectivas, longe de banalidades e de populismo. E que reconfortante sentimento!


16 fevereiro 2011

Irreversible





Numa descontraída conversa, Alex, a musa, diz, referindo-se à moral de um livro, que o futuro está já completamente decidido, que tudo está determinado. Será de facto assim? Seremos nós meros peões na estrada da vida, simples marionetas nas mãos do destino, condenados à cruel fatalidade? Ou serão as nossas escolhas e os nossos actos que nos definem e construem o futuro que desejamos? Ou será a vida uma atroz anedota e tudo se reduz à absurda imprevisibilidade do local errado à hora errada? E, qualquer que seja a verdade, serão todos os actos irreversíveis? Podemos alterar o que já foi posto em movimento? Se a resposta for não, a irreversibilidade é uma constante deveras cruel. Talvez seja este o motivo da cronologia inversa do filme. O horror dos acontecimentos é amplificado a partir do momento em que a história se inicia pelo seu fim. Porque já nada podemos fazer e sabemo-lo. Impotentes, vimos o pior do ser humano. Nauseados, desconfortáveis, contemplámos uma bárbara vingança, nos artifícios de um néon cru e de um psicadélico som. Torturados pela inércia, assistimos à mais abominável degradação do ser, sob a claustrofobia de um vermelho imundo e inquietante. E no retrocesso, nem conseguimos apreciar a felicidade e o amor daquele casal, pois já presenciamos o seu inferno. Tudo é repulsa, tudo é agonia.




Irreversible”, o filme choque de Cannes em 2002. Julgo que não pode ser reduzido a esse rótulo. Uma análise crua, violenta e dilacerante do comportamento humano e da sexualidade, Irreversible choca-nos sim, e de que maneira, mas a sua perversão e impiedade força-nos a reflectir e questionar o que outrora considerámos seguro. “A vingança é um direito humano”, assevera provocatoriamente uma das personagens, apenas para instigar o que Marcus, no seu âmago, tinha desde logo decidido. Será? Um direito? Ou uma reacção? Ou uma escolha? Um acto justificável ou sempre bestialidade? Um passo para o apaziguamento ou o continuar da ruína? A revolta e o desespero de Marcus são-nos inicialmente apresentados sem contexto e, exactamente por isso, o resultado é ainda mais chocante. Pois se é a sua dor que conduz àquele momento, tudo culmina às mãos do outro vértice do triângulo, Pierre. Aquele que, no retroceder, surge como o racional, como a voz da consciência. Aquele que, na tentativa de acalmar e persuadir Marcus, exclama algo como: “Nem os animais procuram a vingança!”. Aquele que, no limite do seu sofrimento, quebra. Aquele que, repetidamente, desfere toda a sua fúria, revolta, frustração… Por ela. Tudo por ela. Alex, apenas Alex, mulher, amiga, amante. Que vemos primeiro despida e mutilada. Segue-se a longa, inimaginável e obscena agonia. Para depois a observarmos na sua intimidade, na sua cumplicidade com Marcus. E por último, no calor da esperança, na crença de um futuro. Infelizmente, apenas segundo as suas perspectivas. Nós, escravos da irreversibilidade, agonizamos a cada momento…conhecemos terrivelmente bem a premente destruição.


Monica Belluci, Vincent Cassel, Albert Dupontel, a maculada trindade. Avassaladoras interpretações, de uma entrega física e psicológica (com óbvio destaque para Belluci) absolutamente desarmante! Gaspar Noel, o prepotente orquestrador. Da díspar câmara, confusamente turbulenta ou indignamente estática, da repugnante proximidade dos planos, da incómoda e violenta experiência a que sujeita o espectador.


Le temps détruit tout…


14 fevereiro 2011

Momentos (XIV)



One is always considered mad, when one discovers
something that others cannot grasp.






We are going to finish this picture just the way I want it...
because you cannot compromise an artist's vision.






The Tourist





Se é um regalo deixar-se encantar com a beleza e pose de Angelina Jolie ou deliciar-se com o ar cómico e desajeitado de Johnny Depp, acaba por ser decepcionante lembrar-se do filme apenas por esses momentos. Sim, são interpretações seguras, despretensiosas, mas, ainda que com muita classe, fica a impressão que pouco mais fizeram senão passear por uma Veneza pobremente aproveitada…Pelo meio, alguns momentos de humor oferecidos pela polícia italiana ou pela ineficácia do agente inglês…Por último, às mãos de um argumento mal desenvolvido e de uma realização pouco inspirada, o filme cedo revela a sua previsibilidade.






No final, The Tourist oferece pouco mais que hora e meia de entretenimento fácil, o que não sendo necessariamente um defeito, é apenas satisfatório…E esse não é certamente o adjectivo que me vem à memória quando se fala de Johnny Depp e Angelina Jolie…e muito menos o que imaginaria do encontro entre estes dois carismáticos e talentosos actores!




12 fevereiro 2011

Black Swan





Uma visão em branco esvoaça e alonga-se, por entre as sombras que a cercam. Frágil, desesperada e pueril, sufocada pelo feitiço que se apodera do seu ser. A melodia cresce em intensidade e tensão, as trevas aprisionam o seu corpo e a sua mente, um último movimento para um último aplauso, um último movimento para a derradeira consagração…




Transcendente! Talvez a palavra que melhor faz justiça a “Black Swan”! Uma espiral decadente de emoções e transformações, num perturbante jogo de espelhos, numa incessante busca pela perfeição…Um pas-de-deux de paranóia e tensão, entre o belo e o terrível, entre a inocência e a loucura, numa visceral demanda pela libertação…


Natalie Portman supera-se de forma magistral, diabolicamente perfeita, em perversa e inquietante ruptura, numa apaixonada, desgastante e temível metamorfose! Absolutamente magnífica!




Um genial trabalho de realização de Darren Aronofsky: cada plano, cada close-up ultrapassa a excelência, cada plano, cada coreografia é dona de uma beleza divinamente intoxicante e o crescendo de incerteza e tensão que assustadoramente se acumula termina num extraordinário apogeu!

Nada seria o mesmo sem a sublime e tensa composição de Clint Mansell, numa reinvenção da belíssima partitura de Tchaikovsky! De salientar ainda a riqueza técnica do filme, com uma fotografia e montagem assombrosas, que contribuem de modo excepcional para a construção da dualidade e terror presentes em Black Swan!


Num definitivo e arrebatador bailado, o inevitável concretiza-se, a hipnotizante apoteose sobressalta a audiência! O horror eleva-se, imortalizado pelo rugido dos aplausos.




I was perfect...


08 fevereiro 2011

Música no Coração (VII)




Ask Me Anything

The Strokes, First Impressions of Earth (2006)




I've got nothing to say
I've got nothing to say
I've got nothing to give
Got no reason to live
But I will fight to survive
I've got nothing to hide
Wish I wasn't so shy


02 fevereiro 2011