24 fevereiro 2010
Nine
“Nine” deixou-me dividida… a nível visual é absolutamente deslumbrante e possui actuações fortes (e verdadeiramente surpreendentes!), mas por outro lado fiquei com a sensação que podia ter sido melhor desenvolvido.
“Nine” centra-se na crise criativa e pessoal que Guido Contini, um aclamado realizador italiano, atravessa no momento de fazer o seu próximo filme. E nas mulheres da sua vida…
É na interpretação de Daniel Day-Lewis que está um dos grandes, senão o maior (neste caso, aliada às interpretações de Penélope Cruz e Marion Cotillard) trunfo deste musical: cantar poderá não ser bem a sua especialidade (no entanto até aqui a sua prestação nos surpreende!) mas Day-Lewis entrega-se sempre de corpo e alma e, assim, sentimos bem o desespero e agonia do seu Maestro, egocêntrico e irresistível!
Refiro igualmente Penélope Cruz e Marion Cotillard, deveras inesquecíveis, ainda que por motivos diferentes.
“A Call from the Vatican” é inebriante, é fogoso: Penélope é puro desejo, é pura sedução, é pura luxúria, é pura paixão!
Por outro lado, Marion Cotillard é delicada e inocente, na pele da destroçada mulher de Guido, num desempenho bastante emocional, e sempre charmant!
“Nine” é visualmente arrebatador, contagiando-nos com os seus cenários, coreografias e momentos musicais, de que são exemplos maiores “Be Italian”, “A Call from the Vatican” e “Cinema Italiano”!
Contudo, peca nalguns aspectos, não conseguindo ser tão bom quanto poderia ser. Por momentos achei-o algo desequilibrado, principalmente no seu ritmo e nalgumas transições (por exemplo, acho que o número de Kate Hudson ficaria melhor na primeira parte do filme). E é uma pena que Judi Dench e Sophia Loren não tenham o destaque que mereciam: foi um prazer ver a prestação (mesmo que pequena) de Loren, deusa do cinema italiano, e a Dame Judi Dench é um exemplo de classe e graça!
Apesar dos seus defeitos, “Nine” não nos deixa indiferente e entusiasma-nos com o seu glamour e paixão! Um bom filme de que gostei bastante!
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De facto se a nível visual é assinalável, e as interpretações (quase todas) fortes (e sim surpreendentes - Aquela é mesmo a Fergie dos BEP? :O ), a nível de argumento (e no desenvolvimento desse) é quase um desastre. Há ao longo do filme uma apresentação das personagens através de bons momentos musicais mas sem grande relação entre eles, sem um desenvolvimento coerente. Pareceu-me um passo em falso na carreira de Rob Marshall.
ResponderEliminarAndré,
ResponderEliminarSim,daquela interpretação da Fergie também não estava à espera...foi realmente arrebatadora e vibrante! A nível de surpresa, também tinha muito a ver com as expectativas de ver o Daniel Day-Lewis e Penélope Cruz num musical...e de facto fizeram um óptimo trabalho!
Quanto ao argumento e seu desenvolvimento,não lhe chamaria um desastre! Admito-lhe algumas falhas,como as que referi na crítica, mas não penso que tenha sido assim tão mal concretizado...Mas claro que é apenas a minha opinião ;)