Deboche, deboche à velocidade da luz! “Cocaine and hockers!”, como brada a personagem de Matthew McConaughey, na sua breve mas verdadeiramente electrizante aparição. Sexo, drogas e especulação financeira! Bem-vindos, contemplem a louca, louca Wall Street, cortesia das memórias de Jordan Belfort!
“The Wolf of Wall Street”, quinta colaboração entre Scorcese e DiCaprio, é uma trip (quase) sempre em alta e sem retorno, ao impressionante e sujo mundo da especulação financeira. Por entre uma montagem exuberante e inconstante, por entre extravagantes escolhas musicais, por entre uma linguagem agressiva e muitas vezes non-sense, por entre ousadas e até ridículas cenas de sexo, reconhecemos o génio e classe de Scorcese, que no âmago de tanta folia, arquitecta pois um retrato alucinante e ousado, mas nunca moralista, da ganância e corrupção humanas!
E depois temos o senhor DiCaprio, prodigioso camaleão, incorporando de forma assombrosa a impetuosa mesquinhez, a apelativa excentricidade, a demolidora arrogância, o animado despotismo que a sua personagem adoptou como mantra! Uma composição de tal modo apaixonante que, mesmo sabendo a sua queda como inevitável e justa, é com fervor que por ele torcemos!
Neste corrupio de excessos, destaco ainda o hilariante papel de Jonah Hill e a sedutora interpretação de Margot Robbie; o primeiro em excelente complemento cómico, a segunda, em presença fogosa e determinada!
Sumptuoso, audaz e vertiginoso, “The Wolf of Wall Street” mantém-nos sequiosos das reviravoltas e esquemas deste lobo que nunca vestiu a pele de cordeiro, mas certamente nos arrebatou como um!